10º Encontro Nacional pela Justiça Climática


Vivemos em estado de emergência. As emissões globais de CO2, o extrativismo e as desigualdades sociais continuam a aumentar. As diversidades biológica e cultural estão a ser extintas, as práticas antidemocráticas estão em crescimento. Em Portugal, ainda se aprova a construção de novas infraestruturas emissoras (aeroportos, gasodutos), incentivos diretos e indiretos para transporte rodoviário individual, a destruição de áreas de proteção ambiental, a degradação deliberada dos serviços públicos e o turismo de massas que obstrui o direito à cidade.

Nós vivemos em estado de emergência, enquanto os lucros das empresas petrolíferas batem recordes. E a única forma viável que os governos encontraram para gerir as crises climática e social foi assumindo posturas mais negacionistas e mais autoritárias.

Pelo mundo inteiro, mas também em Portugal, esta degradação da vida de todas e todos não avança impune. Por todo o lado, populações resistem em várias frentes para travar o colapso da civilização. As mobilizações contra o aumento de custo de vida e pelas melhorias nas condições de trabalho e dos serviços públicos, as marchas pela habitação e pelo direito à cidade, o movimento contra o genocídio na Palestina, as ações diretas pela justiça climática e pelo fim ao fóssil, os protestos contra a violência policial e racismo estrutural dirigido contra as comunidades marginalizadas, o movimento pelos direitos dos imigrantes, os movimentos de base contra projetos extrativistas, todos eles têm mostrado a força popular de rejeição. Ainda continuamos em estado de emergência e não temos muito tempo antes do ponto sem retorno do colapso climático.

É neste contexto que o movimento pela justiça climática organiza o 10º Encontro Nacional pela Justiça Climática. Dez anos são muito tempo, na verdade, demasiado tempo tendo em conta os prazos da emergência climática. Nesta 10ª edição, reinventamos o Encontro para reinventarmos o movimento. Abrimo-los para participação mais direta e para discussão mais proposicional.

Vamos discutir o Plano pela Justiça Climática: uma visão pelas pessoas e para as pessoas, para travar a crise climática. E vamos construir a Agenda pela Justiça Climática: ações coordenadas para o ano de 2025.

O 10º Encontro Nacional pela Justiça Climática ambiciona ser um espaço de aprendizagem coletiva e de articulação, ou seja: um espaço de construção de movimento.

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