Sessão Ambientar-se | 22/03 - 10h/11h30 | Escola Secundária Padre Benjamim Salgado

A Associação Famalicão em Transição dinamiza mais uma sessão Ambientar-se, desta vez a ter lugar na Escola Secundária Padre Benjamim Salgado (Joane - Famalicão), no dia 22 de março de 2024, entre as 10h e as 11h30.

O filme escolhido é o "Sementes da Liberdade" e para a conversa teremos como convidada Maria Alexandra Machado, técnica agrícola e agricultora de Famalicão.

Esta é mais uma sessão Ambientar-se descentralizada, a ter lugar numa escola famalicense, tendo como público-alvo principal a comunidade escolar, mas sendo aberta ao público em geral.

A iniciativa Ambientar-se é organizada conjuntamente pela Equipa Multidisciplinar do Parque da Devesa, a Associação Famalicão em Transição, a YUPI, a Vento Norte, os Amigos do Rio Este e a H2AVE.

Conversa TeT "Que futuro para as nossas linhas de água? - O caso do Eco Parque de Cabeçudos"

No dia 24 de fevereiro, visitámos o terreno onde é pretendido construir um conjunto de 16 pavilhões de caraterísticas industriais ou proto-industriais, numa área de 218.379m2, designado por Eco Parque de Cabeçudos, que passaremos a designar daqui para a frente como nova zona industrial de Cabeçudos.
Encontrámos um terreno completamente despido de vegetação e com sinais de movimentação de terras e abertura de valas de drenagem. O espaço é atravessado por um ribeiro e, por isso, sujeito às regras do domínio hídrico (faixas de “proteção” de 10 metros em cada margem), é abrangido pelo perímetro de proteção de património edificado (Casa de Quintão) e, segundo a documentação da Câmara Municipal de Famalicão, está inserido na Estrutura Ecológica Municipal Fundamental de Nível 1. Soma-se a isto o atravessamento por um gasoduto e o facto de fazer fronteira com as autoestradas A3 e A7.
O terreno encontrava-se parcialmente alagado, evidenciando tratar-se de uma área de especial importância para a infiltração de água no solo, alimentando os lençóis freáticos, e funcionando como um “pulmão”, pelo efeito de alagamento das margens em períodos de pluviosidade abundante, o que reduz o risco de cheia a jusante.
Foram analisados os perfis dos terrenos e parece-nos inevitável que, a ser construída a nova zona industrial de Cabeçudos, isto implicará uma enorme movimentação de terra, incluindo grandes aterros. Dessa forma, diagnosticamos o problema da impermeabilização do solo, que terá os seus efeitos potenciados com o estrangulamento do vale (vale mais apertado).
Muitos dos presentes nesta Conversa TeT desconheciam o projeto, sendo induzidos pelo nome (Eco Parque) a acreditar tratar-se de um parque (jardim ou espaço de fruição da natureza), o que demonstra uma grave lacuna na informação e no envolvimento da população nas decisões sobre o futuro da sua terra.
Para finalizar, agradecemos a participação das/dos moradoras/es da Rua das Águas e arruamentos vizinhos, que ajudaram na visita e partilharam memórias e as vivências daquele lugar. Estamos reconhecidas/os aos partidos políticos que se fizeram representar, em pleno período eleitoral, num esforço que esperamos que seja recompensado por uma maior proximidade às questões ambientais do concelho de Famalicão. E o nosso muito obrigada/o às/aos nossas/os associadas/os também presentes.


Conversa TeT "Que futuro para as nossas linhas de água? - O caso do Eco Parque de Cabeçudos"

No próximo dia 24 de fevereiro (sábado), a Associação Famalicão em Transição retoma as Conversas TeT - Território em Transição, com o tema "Que futuro para as nossas linhas de água? - O caso do Eco Parque de Cabeçudos".
A conversa decorrerá no próprio local, sendo o ponto de encontro no alargamento da Rua das Águas - Cabeçudos - Vila Nova de Famalicão, no encontro com o terreno em causa, às 15h.
(localização aqui: https://maps.app.goo.gl/5JvEtMZpaR7WBn6H8)
Esta conversa pretende analisar e identificar os valores ambientais perdidos. Para além disso, discutiremos a importância dos ribeiros e outras linhas de água, e o valor de uma REN (Reserva Ecológica Nacional) robusta e bem estruturada para um concelho com uma elevada pressão humana. Isso, tendo em conta a grande aceleração verificada nos últimos anos da expansão urbana e proliferação de espaços industriais, comerciais (não tradicionais) e serviços por todo o concelho.
Para além disso, tentaremos listar os riscos, com os respetivos impactos económicos, do processo de urbanização daquele espaço, avaliando a ocupação das áreas circundantes, tendo em conta o equilíbrio entre os usos industriais, comerciais/serviços e a qualidade de vida de quem vive na zona. Será também ponderado o valor do património, da paisagem e do meio ambiente como fatores de atratividade de um território.
Famalicão tem uma rede hidrográfica muito extensa e bem distribuída pelo concelho. Para além do rio Ave, temos o rio Este, o Pele, ou o Pelhe, que nasce, tem a sua foz e nunca sai do concelho ao longo do seu percurso. Apesar deste potencial hidrográfico, tão fundamental para o uso humano como para o equilíbrio natural, as pequenas linhas de água são muitas vezes esquecidas, maltratadas e entubadas. Este é um património que deve ser conhecido e valorizado, porque no processo de adaptação do concelho às alterações climáticas, trata-se de um ativo e não de um entrave ao desenvolvimento.
Estas conversas têm como fim último dar um contributo da sociedade civil para a revisão do PDM – Plano Diretor Municipal.
Para qualquer esclarecimento adicional, contactar José Carvalho - 967351833.