STOP UE-Mercosul: Chamas simbólicas

 A Associação Famalicão em Transição é uma das 450 organizações que lutam contra a ratificação do acordo UE-Mercosul.

«Rede de organizações da sociedade civil instala letras gigantes na Praça do Comércio em protesto contra o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul

Dia 29 de Abril, pelas 6h da manhã, a Rede STOP UE-Mercosul fez a instalação de uma mensagem de protesto na Praça do Comércio contra o acordo comercial entre a União Europeia e os países pertencentes ao Mercosul. Numa extensão de 125 metros, viam-se as palavras “STOP UE-Mercosul, envoltas por sinalizadores de fumo, simbolizando assim a floresta Amazónica em chamas.

A Rede de organizações afirma que o governo português não tem representado as pessoas, já que “um estudo realizado pela Yougov mostra que 85% dos portugueses acredita que o acordo deveria ser travado enquanto a desflorestação da Amazónia não cessar”. Além da destruição irreversível da floresta Amazónica, do Cerrado e outros biomas, o acordo incentiva as violações de Direitos Humanos por parte do Presidente Jair Bolsonaro. “De forma oposta à vontade popular, vemos o governo português como sendo o maior entusiasta deste acordo no palco europeu”, afirma Mariana Jesus, uma das organizadoras do protesto.

Abrangendo 780 milhões de pessoas, o acordo entre a União Europeia e o Mercosul seria, se aprovado, o maior acordo de livre-comércio envolvendo o ocidente. O tratado internacional foi assinado em 2019, mas não foi ainda ratificado.
O acordo tem enfrentado a oposição de grupos ambientalistas, preocupados com o aumento das emissões de gases de efeito de estufa que o acordo irá provocar, bem como com o aumento da desflorestação e perda de biodiversidade. As maiores organizações sindicais na Europa e América do Sul também já se manifestaram contra este acordo, alegando que o mesmo não salvaguarda a protecção e respeito pelos direitos laborais, e alertando para os homicídios de líderes sindicais no Brasil, a repressão de greves e perseguição aos sindicatos, que transportaram o Brasil para os lugares cimeiros da tabela dos países mais perigosos para os trabalhadores. O Acordo UE-Mercosul tem também motivado a oposição de representantes dos povos indígenas, que temem o aumento dos conflitos territoriais, que recentemente já provocaram a triplicação dos homicídios de indígenas . Na União Europeia, várias associações de agricultores também se têm manifestado contra a ratificação do acordo, alertando para riscos para o sector e para a saúde pública.

A Rede STOP UE-Mercosul, composta por 25 colectivos portugueses tais como a Greve Climática Estudantil, a Quercus e a TROCA-Plataforma por um Comércio Internacional Justo, faz parte de uma aliança internacional com mais de 450 organizações que lutam contra a ratificação do acordo. »


Mudança na Direção

Mensagem aos sócios e amigos da Associação Famalicão em Transição


Espero que estejam bem, apesar destes tempos estranhos de pandemia.


Hoje cesso as minhas funções na Direção desta tão querida associação.

Estou ligada à Associação Famalicão em Transição desde a sua génese, desde a formação do grupo informal, há mais de 10 anos. Ao longo destes 10 anos conheci pessoas maravilhosas que se juntaram a um projeto comum, a um ideal de ajudar a construir um mundo melhor, a cuidarmos da nossa casa comum, uns dos outros e de nós próprios. Também nestes 10 anos aprendi muito com muitos de vós, aprendi a ouvir, a fazer, a cuidar, a mudar.  Tanto foi o que me deram! E tanto o agradeço! Durante estes 10 anos também dei muito do meu tempo e empenho ao grupo e à associação, inclusive assumindo o cargo de Presidente da Direção.  Mas agora é tempo de renovação, estou cansada, e o desempenho deste cargo torna-se incompatível com a minha vida profissional.

Conforme mencionado na reunião geral de 31 de março e no email enviado a 1 de abril aos associados, pedi novas eleições para os órgãos sociais. Assim, a Mesa da Assembleia solicitou já a apresentação de listas para os órgãos e marcou assembleia geral para o dia 20 de maio.  No entanto, não posso esperar por tal data, pelo que, apresentei hoje, 15 de abril de 2021, pedido de demissão do cargo de Presidente da Direção da Associação Famalicão em Transição.  

Não poderia passar este dia sem agradecer a todas as pessoas maravilhosas que participaram neste projeto Famalicão em Transição e que tanto me inspiraram, e fazendo votos para uma renovação e uma alavancagem nas dinâmicas da associação, no seu cuidado com as pessoas e o ambiente.

OBRIGADA:

  •  Aos restantes elementos da Direção que ao longo destes 4 anos e meio tanto deram do seu tempo para que a associação funcionasse regularmente;
  • Aos sócios que se voluntariaram para os órgãos sociais e que contribuíram para a democratização da associação;
  •  A todos os que tanto tempo têm dedicado aos grupos de trabalho do Ambiente, da Economia Circular, da Educação, da Comunicação, da Transição Interior, da sede;
  • Aos que têm dinamizado ou colaborado na dinamização de atividades, dentro ou fora dos grupos de trabalho;
  • A todos os associados que têm colaborado nos projetos e parcerias com outras entidades, trabalhando e representando a associação;
  •  Aos que participaram nas reuniões e assembleias;
  •  A todos os que participaram em atividades, ainda que não tenham tido disponibilidade para a dinamização;
  • A todos os que têm contribuído através do pagamento das quotas, para que a associação possa pagar as suas contas.
  • A todos os parceiros de outras entidades e associações com quem trabalhei, que nos apoiaram e connosco colaboram em tantas atividades e projetos.

A TODOS, MUITO OBRIGADA!

Mantenho-me disponível para colaborar na transição de funções e na cooperação, como associada, em tudo o que me for possível e seja compatível com a minha situação profissional e pessoal. Estou por aí!

Manuela Araújo