Famalicão em Transição presente na Marcha contra a Bayer/Monsanto

A Associação Famalicão em Transição marcou presença na Marcha contra a Bayer/Monsanto, que aconteceu no Porto, no passado dia 27 de maio.
Para além de engrossar o coro de vozes, tivemos oportunidade de fazer uma breve intervenção, a qual reproduzimos de seguida:

"A Associação Famalicão em Transição junta-se a esta Marcha contra a Bayer/Monsanto por este grupo económico representar de forma bastante simbólica aquilo que é o corporativismo global que procura dominar, monopolizar e oprimir populações à escala mundial, com o principal intuito de manter o poder financeiro, económico e até mesmo político nas mãos de muito poucas pessoas.
Como iniciativa de Transição que somos, a nossa visão é a da construção de comunidades locais resilientes, auto-sustentáveis e socialmente justas. Um dos aspetos basilares para alcançarmos esta visão passa, inevitavelmente, pela soberania alimentar. A Bayer/Monsanto representa um caso paradigmático de uma visão diametralmente oposta a esta, pois o seu intuito e as suas práticas procuram impor um monopólio de detenção de propriedade sobre as sementes, procuram impor na agricultura uma dependência de produtos químicos de síntese (como o glifosato) e de OGM, e procuram instituir práticas agro-industriais massificadas e uniformizadas. Têm conseguido fazer perdurar o seu domínio por via de fortíssimos e constantes lobbies sobre a União Europeia e em grande parte dos países um pouco por todo o mundo, para que o seu monopólio continue intocável.
Mas a contestação dos movimentos cívicos também se tem feito ouvir e tem produzido alguns retrocessos nas pretensões da Bayer/Monsanto e de outras corporações globais. Por isso é que se torna de extrema importância continuar a contestar, como hoje e aqui o estamos a fazer!
A Bayer é detentora de quase 400 empresas em todo o mundo (fora aquelas em que tem participação com menos de 50%), mas existem milhares e milhares de coletivos auto-geridos, espalhados um pouco por todo o planeta, nos quais a lógica de governança é cooperativista e comunitária, em oposição à lógica corporativista e monopolista da Bayer.
Não queremos que o que está no nosso prato seja marca registada! Defendemos a diversidade e trabalhar com a natureza e não contra ela. Queremos ter plena autonomia para decidir e produzir o que nos alimenta diariamente, em circuitos de proximidade e em economias locais social e ecologicamente justas!"