Ponto da situação em tempo de pandemia

Car@s associad@s e amig@s de Famalicão em Transição

Não temos dado notícias, porque a vida foi quase suspensa pela pandemia COVID-19, como sabem.

Na Associação Famalicão em Transição, em que vivemos sobretudo das atividades em grupo, workshops, tertúlias, caminhadas, reuniões, mercadinhos... estamos agora sem poder dinamizar atividades e a cumprir as normas de isolamento impostas - e bem!

A nossa última atividade com a presença de pessoas foi a Troca de Sementes e Mercadinho da Primavera no passado dia 7 de março, organizados pelo Grupo Economia Circular.  A nossa última atividade para público geral foi online, a Tertúlia Comunidades de Aprendizagem, organizada pelo Grupo Educação em Transição, no dia 14 de março.  Ontem, dia 21 de março, reunimos por videoconferência, com o tema da nossa futura sede: a antiga Escola de Bente.

Todos os nossos planos estão em "stand-by", estão em espera. Aproveitemos o tempo que nos foi dado para reflexão, para apoiar a família, respeitando as normas impostas para bem de todos. Mas vamos pensando no futuro, vamos trocando ideias e ideais - pelo menos temos as redes sociais para estarmos em contacto.

Na minha opinião, esta pandemia é um primeiro grande aviso: a doença COVID-19 mata uma baixa percentagem de pessoas infetadas, mas é extremamente contagiosa, e, num mundo globalizado, está a provocar o caos. É demasiada gente a sofrer, e 1 ou 2% de muita gente, é demasiada gente também. Os números são avassaladores e vão piorar nas próximas semanas. E o sofrimento também.

Acho que se a Humanidade não aproveitar este alerta para mudar o sistema económico vigente do consumismo predatório, mais pandemias surgirão. Provavelmente com um vírus ou agente mais mortal. O Universo tentará repor o equilíbrio na Terra, equilíbrio que a nossa espécie Homo Sapiens Sapiens quebrou quando destruiu a maior parte dos ecossistemas naturais do planeta, quando conseguiu mudar o clima.

Espero que no fim desta crise, estejamos todos bem para ajudarmos, não a reconstruir o sistema, mas a construir um novo modo de viver mais harmonioso connosco próprios, com os outros e com o planeta. Porque esse é o nosso lema, o nosso foco.

Sinto que nesta associação encontrei os meus pares, pessoas que têm as mesmas preocupações, os mesmos sonhos de um mundo mais justo e uma natureza mais protegida. Todos diferentes, mas algo profundo nos une; juntos somos não só mais fortes, como mais completos. Que esse algo profundo que nos une nos permita renascer em força, criatividade e resiliência depois desta crise. Porque Resiliência é a palavra chave da Transição.

Agradeço a todos os que se juntaram a esta associação e que dela fizeram o que é, este lugar de esperança e ação por um mundo melhor.

E agradeço agora a todos os profissionais de saúde e outros que se mantém no ativo nesta fase para que o país e o mundo funcionem, alguns completamente esgotados.

Para terminar, partilho uma reflexão vinda de Itália, o país mais sacrificado pela COVID-19, vejam aqui (ou abaixo).

Cumpram as normas de segurança, protejam-se e protejam os outros, os que vos são próximos e os que não o são.

Fiquem bem, e até breve

Manuela Araújo
Associação Famalicão em Transição
22/3/2020

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