Conversas TeT - Visita ao Alto das Eiras

No passado dia 16 de março, realizou-se a Conversa TeT (Território em Transição) - Visita ao Alto das Eiras, guiada e comentada pela arqueóloga Felisbela Leite, a quem muito agradecemos a presença, dedicação e excelente contributo.
A conversa em forma de visita, deu a descobrir um legado com mais de 7 mil anos de história, que ocupa uma área equivalente a cerca de 8 vezes o Parque da Devesa, e que apresenta sinais de uma grande povoação, com balneários, castelo, mamoas e outros vestígios de ocupação.
Desta conversa, deixamos algumas reflexões sobre a proteção e valorização deste tesouro:

  • É necessário dar a conhecer, divulgar, e com isso valorizar a identidade do território e a apropriação da população deste valioso passado e património;
  • Este espaço está a ser destruído pela utilização indevida. Entendemos que estes espaços patrimoniais devem ser protegidos, tanto com delimitação eficiente, como com sinalização e regras de boas condutas. Relembramos que estes espaços não podem ser utilizados por quaisquer veículos motorizados ou não, mas também que as visitas pedestres aos locais devem ser cuidadas: não caminhar sobre muros, nem levar nada para casa, que não seja lixo;
  • Gostaríamos de ver este espaço mais estudado e visitado, tanto pela comunidade em geral, mas também por grupos de estudo e escolas;
  • Neste momento, o território é quase exclusivamente ocupado por eucaliptal para exploração e há registos de mobilização de terras e despejo de entulho na zona, destruindo parte do Castro das Eiras;
    • Entendemos que a reconversão da monocultura do eucalipto para um carvalhal tem várias vantagens associadas:As raízes dos eucaliptos destroem as estruturas que se encontram no seu caminho, neste caso, o legado arqueológico que ainda se encontra soterrado. A substituição dos eucaliptos é um fator crítico na preservação deste património;
    • A partir da análise dos depósitos de carvão encontrados, a lenha usada era de carvalho (Alvarinho), o que indica que a zona era coberta essencialmente por carvalhais. Repor o carvalhal é respeitar a memória histórica do sítio, recuperando a floresta autóctone e a biodiversidade, nomeadamente através da reposição da cadeia trófica;
  • Consideramos que a criação de uma Área Florestal Municipal Protegida que abranja toda a zona do Alto das Eiras, já classificada como Conjunto de Interesse Público, seria um passo importante para a resolução dos problemas identificados, proporcionando melhores condições para a proteção, regeneração e valorização deste rico património arqueológico e florestal concelhio;
  • Para a concretização deste projeto, desafiamos as empresas do concelho (e não só) a participar no seu financiamento, através do mecenato cultural e ambiental. A competitividade de um território e a sua capacidade de atrair recursos qualificados, também passam por aqui.

Não deixem de visitar este património concelhio tão relevante!





Conversa TeT - Visita ao Alto das Eiras


ASSOCIAÇÃO FAMALICÃO EM TRANSIÇÃO PROMOVE VISITA AO ALTO DAS EIRAS: UM MERGULHO NA HISTÓRIA E NA NATUREZA

No próximo dia 16 de março, a Associação Famalicão em Transição convida todas as pessoas interessadas a participar numa nova edição das Conversas TeT - Território em Transição, desta vez com uma visita guiada ao Alto das Eiras, um dos mais relevantes patrimónios arqueológicos do concelho de Vila Nova de Famalicão.
A visita decorrerá na manhã de 16 de março, entre as 9h15 e as 13h00, e terá como ponto de encontro a antiga Capela de Nossa Senhora da Carreira, em Joane.
A visita será acompanhada pela arqueóloga Felisbela Leite, uma pessoa com grande conhecimento do património arqueológico local e regional.
Esta iniciativa visa dar a conhecer a riqueza cultural, histórica e ecológica deste notável conjunto arqueológico, que se estende por uma vasta área do concelho, delimitada por duas linhas de água que convergem para o Rio Ave.
O Conjunto Arqueológico das Eiras é um testemunho único da ocupação humana nesta região, desde os finais do Neolítico até à Idade Média. Entre os seus elementos mais destacados, contam-se:
- O Castro das Eiras, um dos maiores povoados da Idade do Ferro do Norte de Portugal, com um balneário decorado com pedras graníticas;
- O Castro de Vermoim, que inclui vestígios defensivos medievais do antigo castelo local, palco de episódios históricos marcantes durante o Condado Portucalense;
- A Necrópole de Vermoim, composta por quatro mamoas.
Este conjunto distingue-se não só pela sua dimensão e diversidade, mas também pela coerência espacial e pelo enquadramento paisagístico que o caracterizam. A sua importância histórica e patrimonial justifica a sua classificação como um elemento essencial para a compreensão da centralidade desta região no Médio Ave e da vivência das suas populações ao longo dos séculos.
Esta visita servirá também para conversar sobre a proposta feita pela Associação Famalicão em Transição para a criação de uma Área Florestal Municipal Protegida naquela zona, assim como a proteção e regeneração do património florestal e cultural.
A Associação Famalicão em Transição convida assim todas as pessoas interessadas a participar nesta visita, que promete ser uma viagem fascinante pelo tempo e pela natureza. Uma oportunidade única para explorar um dos mais significativos legados arqueológicos do Norte de Portugal.
Junte-se a nós e descubra as histórias que o Conjunto Arqueológico das Eiras tem para contar!

Data: 16 de março de 2025.
Horário: 9h15 – 13h00.
Ponto de encontro (início e fim): Antiga Capela de Nossa Senhora da Carreira, em Joane (morada: Rua Senhora da Carreira, n° 359, 4770-265 Joane; localização no Google Maps: https://maps.app.goo.gl/QsvpqqTiyyJRisRX6).
Percurso: cerca de 7 km, maioritariamente em caminho florestal.

Para mais informações contacte a Associação Famalicão em Transição através do email famalicaom@gmail.com ou das redes sociais.